17.7.08

Pergunta errada para uma jornalista

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16.7.08

Flor da braquiara

Maria Rita sumiu na madrugada, em dia de festa de São João. Tinha se botado formosa, o vestido de retalhos alinhavado com caprichos de imaginação, na esperança de que Ariovaldo José a visse com o gosto e o respeito que merecia. Zé entregou um olhar de malícia ao cumprimentar a moça, atentou-a com meias-palavras e saiu perseguindo todos os rabos-de-saia da quadrilha. Maria se amuou na cadeira de palha, vendo o arraiá pegar fogo. Pensaram que era ciumera braba de Ariovaldo, que também desconfiou do desânimo de Rita e lhe ofereceu um sorriso e a mão. Com ela, caiu na dança, mas não falou um pio durante o rala-coxa. Que diacho! ô homem custoso! Ela perdeu o apetite. O dia todo apurando, apurando, a calda no fogo e, com tudo no ponto, desandava o doce assim. Debulhar o milho, mexer o tacho, muito amendoim para torrar, descascar e moer. Eta zuera besta! Matutava muita coisa, enquanto se aquecia, cuidando para não se queimar. As bandeirinhas soltavam-se com o vento, mas nada, nadinha, apagava o fogo do cão. Voltara a ser outra vez a mulher bretera de sempre, nem o fumo lhe aprazia, nem queria saber de conversê. No fim da festa, quando sucedeu a confusão e o silêncio do povo caído em bebedeira tomava conta, nem cismou. Rapou fora. O descampado era uma só imagem, coberto pelo véu frio de junho, que deixava perceber apenas a brasa teimosa da fogueira.




1.7.08

Mela-cueca

E agora, falta coragem pra dizer. Na hora, sobrou coragem pra fazer

Chega de fazer papel de carente, que o amor da gente tá de castigo

Tá faltando sentimento. E a gente já não rola há muito tempo...

Eu sou aventureiro e você não merece isso, eu tô comprometido em me amarrar jamais

É, quando um não quer dois nunca formam um casal

Aliás, eu tenho medo de sofrer

Não, não tem outro jeito já que está ficando sério

Antes que seja tarde então vamos parar com isso


Valeu demais a nossa experiência. É só botar a mão na consciência, não tava dando pra continuar

Valeu tudo. Em nome dessa nossa amizade, temos que encarar a realidade, o que não é pra ser deixa pra lá

Eu to mal só de pensar que vai doer

Eu te avisei, no coração eu tinha mais alguém

O meu desejo é de me entregar à você. Mas tenho medo, de me apaixonar e sofrer

Peço, por favor, não se apaixone, pois não sou aquele homem que um dia o seu pai sonhou

Somos muito diferentes um do outro. Já tentei de tudo, mas você me estressa

Eu só tenho cara de santinho, sempre faço com jeitinho. Coitada de quem acreditou!

Não precisa nem me avisar, eu já me liguei no seu jogo. Só vou esperar dar a hora pro nosso amor pegar fogo

Eu prometo te dar carinho, mas gosto de ser sozinho, livre pra voar

Deixar rolar... Qual é o fim o tempo vai dizer

Não vá chorar, se no final eu não te escolher

Sei que você também não se esquece do primeiro beijo naquele lugar

Tudo aconteceu naturalmente, meio escondido não dá pra negar. Mas o que existe entre a gente, fica em segredo pode confiar

Eu não tô ligando pra ninguém, deixa a galera comentar

Quem sabe um outro dia a gente possa se encontrar de novo

Por que você me fez ficar apaixonado? Eu nem sei dizer se sou seu namorado ou só um ficante, um romance qualquer

Deixa o compromisso pra depois e vamos viver essa fantasia

Quero preservar essa paixão, que está aumentando a cada dia

Eu vou correndo te ver e pro meu carro te amar. (Daquele jeito, que só eu faço, que você gosta e pede mais. Diz que nunca encontrou alguém como eu)


Se você quer me ter pra matar seu desejo, pode esquecer, eu não sou seu brinquedo

Ou você é louca ou não sabe o que quer!