Minha mãe tinha um pequeno estojo de sombras. Ele era oval e as cores vinham separadas em formato de borboletas – eram tons de azul e rosa. Azul-petróleo, azul-esverdeado, azul-turquesa, azul-claro, lilás e rosa-choque.
Eu abria a caixinha e ficava olhando as asas das borboletas cintilarem. Achava aquelas cores lindas, mas não sabia o que fazer com elas. Nem encostava o dedo no pó e, talvez por isso, a minha mãe não soubesse que eu mexia ali.
Na festa junina da escola, ela me maquiava. O meu vestido também era azul, escuro, com bolinhas e babados brancos. Sombra azul, batom vermelho. Era o máximo!
Eu abria a caixinha e ficava olhando as asas das borboletas cintilarem. Achava aquelas cores lindas, mas não sabia o que fazer com elas. Nem encostava o dedo no pó e, talvez por isso, a minha mãe não soubesse que eu mexia ali.
Na festa junina da escola, ela me maquiava. O meu vestido também era azul, escuro, com bolinhas e babados brancos. Sombra azul, batom vermelho. Era o máximo!
...
Eu também queria pintar as unhas, mas não podia. Hoje vejo essas meninas de 3, 4 anos, com as unhas coloridas, não raro mais bem feitas que as minhas, e lembro. No salão, observava a manicure, mexia na caixinha e sempre elegia tons de vermelho ou roxo ou marrom para a minha mãe – ela, rapidamente, refutava as minhas escolhas.
Eu também queria pintar as unhas, mas não podia. Hoje vejo essas meninas de 3, 4 anos, com as unhas coloridas, não raro mais bem feitas que as minhas, e lembro. No salão, observava a manicure, mexia na caixinha e sempre elegia tons de vermelho ou roxo ou marrom para a minha mãe – ela, rapidamente, refutava as minhas escolhas.
Uma vez era Carnaval e só por isso ela deixou a manicure passar esmalte em mim. Eu tinha trazido de casa o vidrinho importado, com as letras em dourado, a única cor escura que minha mãe tinha: rosa-choque bem forte, quase vermelho.
Fiquei de unhas feitas o feriado e voltei para a escola assim. Uma menina, com inveja, veio falar que a mãe dela achava feio crianças de unhas pintadas. Eu disse que era por causa do Carnaval e não liguei. Mas na volta da escola, minha mãe me obrigou a tirar o esmalte antes que eu fosse para a aula de teclado.
...
Fiquei de unhas feitas o feriado e voltei para a escola assim. Uma menina, com inveja, veio falar que a mãe dela achava feio crianças de unhas pintadas. Eu disse que era por causa do Carnaval e não liguei. Mas na volta da escola, minha mãe me obrigou a tirar o esmalte antes que eu fosse para a aula de teclado.
...
Por mais que eu pouco usasse batom naquela época, nunca superei o sumiço de um batom vermelho, para crianças, que tinha cheirinho de morango. Era uma coleção de frutas: tinha o roxo, de uva, o vermelho, de morango, e o rosa, de tutti-frutti.
Eu emprestei o vermelho para a minha irmã levar em uma excursão em um sítio e ela perdeu, ou roubaram. Ainda sinto aquele cheiro de chiclete na memória... quase um babaloo de morango.
Um comentário:
hahahaha eu lembro!
Postar um comentário